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Logo após o término da partida da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino, as minhas redes sociais e meu WhatsApp ficaram inundados de perguntas sobre a eliminação da equipe brasileira. Não tenho amplo entendimento técnico e tático de nenhuma modalidade. Prefiro, na verdade, não conhecer com profundidade essas competências, para não opinar ou gerar julgamentos que me atrapalhem no processo de ajudar as comissões técnicas, com a gestão emocional do grupo, e o atleta, com a preparação mental, por isso irei opinar baseado no que a psicologia do esporte e da liderança, no que dizem os estudos científicos e na minha prática dentro de clubes, empresas e seleções.
Até hoje ajudei seis técnicos e suas equipes em competições nacionais e internacionais. Tenho participação em duas Copas do Mundo, com a base feminina sub-20, em 2016, e masculina sub-17, que veio a conquistar a Copa do Mundo em 2019, mais duas conquistas de brasileiros femininos e campeonato mundial de ginástica. Não alcançamos o objetivo em apenas um dos casos, mas os atletas estavam há quatro meses sem receber seus salários e, mesmo assim, com a ajuda da comissão técnica, conseguimos fazer os atletas focarem nas competições. A sorte não nos ajudou com três bolas na trave no jogo decisivo, e digo para você, esse foi o trabalho que mais me orgulho, pois não é nada fácil ter foco na competição quando a carteira está vazia.
O que posso dizer para vocês, sobre a Seleção Brasileira, está ligado diretamente à preparação mental e o quanto é importante blindar a mente de qualquer negatividade, para manter o foco e a concentração. Somos seres energéticos e transmitimos aquilo que estamos pensando, através de atitudes e comportamentos. O atleta não deve se expor, para não quebrar a parte energética que leva à determinação e à vontade de vencer. Você pode achar que não, mas tirar fotos com a seis estrelas é algo gravíssimo, do ponto de vista emocional, prova disso é a maneira que os adversários jogam contra o atleta que antes do início da competição divulga imagens na internet. Sei que o atleta não fez por mal. Ele mesmo diz que era para demonstrar confiança, mas temos que sempre pensar no impacto que isso causa no adversário, prova disso é a maneira com que os atletas da equipe oponente chegam nele em jogo, com agressividade e, em muitos casos, com uma força desproporcional. Veja o caso do CR7 e Messi, o adversário chega duro, forte, mas com lealdade, dificilmente vemos esses dois atletas lesionados.
Outro ponto são as dancinhas para o gol. Dizer que tem mais de 20 coreografias já prontas é algo que concentra a energia na festa e não no desempenho, além de despertar a ira e raiva, aumentando a competitividade
do adversário, que são de culturas que acreditam que isso é uma agressão e uma tremenda falta de respeito. Basta perceber a postura da Croácia contra o Brasil e contra a Argentina, um time totalmente diferente. Sempre digo, o que não ajuda, mesmo sendo divertido, atrapalha. É melhor, nesses casos, não fazer. É o caso do bife com ouro, que foi motivo de críticas nas redes sociais dos atletas. Isso mexe com a cabeça, o atleta não concorda com o ataque do torcedor e acaba ficando triste, chateado ou irritado, tudo isso atrapalha a concentração na competição. Um outro exemplo era o sono dos atletas. Vimos postagens em horários que em Doha era madrugada e dia ou noite no Brasil. Do ponto de vista neurofisiológico, é um problema gravíssimo. O sono é o primeiro dos pilares absolutos para o controle mental. São raros os atletas, assim como Romário e Renato Gaúcho, que entravam em campo sem dormir à noite e faziam a diferença no outro dia. Em competições assim, é preciso muita disciplina e, até mesmo, tomar meditas drásticas, como é feito na base, recolher o celular. Um outro ponto que trago é a maior preocupação em agradar a todos do que manter o desempenho. O jogo contra Camarões foi prova disso. Penso que sim, estrategicamente temos que poupar uma ou outra peça, mas tirar os atores principais do palco diminui a concentração e a competitividade.
Essa Copa mostrou que, quando decidirmos realizar algo, é preciso estar atento aos detalhes. Penso que a parte mental no futebol erroneamente é definida somente pela autoconfiança do atleta. O ser humano é mente, alma e biologia. Nós, como líderes, devemos entender cada vez mais dessas coisas se quisermos uma equipe capaz de superar os obstáculos que a vida nos apresenta.